segunda-feira, 25 de julho de 2011

"O esforço por sermos aceites pelo que é esperado sermos e fazermos torna-se um mecanismo para iludirmos a ansiedade interior. À medida que o sermos aprovados se torna o sentido da nossa existência, renunciamos à possibilidade de sermos amados pelo que somos realmente. O próprio desejo de sermos amados desta maneira dá azo ao desprezo de nós próprios, porque sermos amados pela nossa sensibilidade significaria vermo-nos designados fracos. Em tais circunstâncias, e como já referi repetidamente, uma criança aprende que o amor apenas pode ser obtido em troca de manobras de obediência. Mas, se fizer as pazes com tal situação, odiará em secreto também os pais. Para poder viver consigo e com a sua necessidade de amor, terá de odiar-se tal como tudo que lhe recorde o amor sincero. Deve ser essa a causa mais profunda da crueldade."

Arno Gruen, "A traição do eu"

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