quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

"Manter-me-ei, uma vez mais, na tradição de Gouffé, desta vez elaborando um prato de chourição das ilhas com porto-moscatel.
- E isso faz-se... - disse Colin.
- Da seguinte maneira: «Agarre um chourição e esfole-o sem querer saber dos seus gritos. Guarde cuidadosamente a pele. Lardeie o chourição com patas de lavagante cortadas aos bocadinhos e passadas, num abrir e fechar de olhos, por manteiga muito quente. Deixe cair o chourição sobre gelo, posto numa caçarola leve. Levante o fogo, e no espaço assim obtido disponha com gosto rodelas de moleja cozidas em lume brando. Quando o chourição emitir um som grave, retire-o rapidamente do fogo e regue-o com um porto de boa qualidade. Mexa com uma espátula de platina. Unte uma forma e vá guardá-la para não se enferrujar. No momento de servir, com um saquinho de litínios faça uma infusão num quarto de litro de leite fresco. Guarneça com as molejas, sirva e vá-se embora»"

Boris Vian, A espuma dos dias

1 comentário:

  1. Meu Deus, que processo de construção este! Parece-me complicado! ;) Beijinhos!

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