segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Um dia, entre o bosque e a selva de trepadeiras no extremo da lixeira, deparou com dois vultos fornicando no chão. Escondeu-se atrás de uma árvore a espiá-los até que reconheceu uma das filhas. Tentou aproximar-se furtivamente mas o rapaz estava alerta, deu um salto e partiu em corrida pela mata fora levando as calças enquanto fugia. O velhote começou a bater na rapariga com o pau que levava. Ela agarrou-o. Ele perdeu o equilíbrio. Estatelaram-se os dois juntos nas folhas. Um cheiro quente a peixe exalando de entre as pernas da moça. As cuecas cor de pêssego dela penduradas num arbusto. O ar em volta dele tornou-se eléctrico. Quando deu por si tinha as jardineiras pelos joelhos e estava a montá-la. Papá pára, disse ela. Papá. Oooh.
O tipo veio-se dentro de ti?
Não.
Puxou o membro para fora e agarrou-o e esguichou a esporra na coxa dela. Diabos te levem, disse. Levantou-se, puxou as jardineiras para cima e caminhou pesadamente como um urso na direcção da lixeira."

Cormac McCarthy, "Filho de Deus"

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