terça-feira, 6 de março de 2012

"Existem, para qualquer ser humano, palavras que lhe são mais íntimas e queridas do que todas as outras. E então, muitas vezes, encontramos inesperadamente num recanto perdido, no deserto dos desertos, uma pessoa que nos fala ao coração, que nos faz esquecer o caminho inclemente e as pousadas inóspitas, e nos faz esquecer o desvirtuado barulho moderno, e as mentiras desavergonhadas que nos lançam na confusão. E para sempre se grava na nossa memória uma conversa assim, nocturna, e a nossa fiel memória tudo guardará: quem estava presente, onde estava sentado, o que tinha nas mãos, as paredes, os cantos, a mais pequena bugiganga."

Nikolai Gógol, "Almas Mortas"


(Tive vontade de transcrever, para aqui, o livro todo mas depois pensei que talvez não fosse uma boa ideia)

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